BLOGGER TEMPLATES AND TWITTER BACKGROUNDS

SEJAM TODOS MUITO BEM-VINDOS!

SEJAM TODOS MUITO BEM-VINDOS!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

BULLYING. VOCÊ SABE O QUE É?




É HORRÍVEL MAS É UMA REALIDADE E PRECISAMOS ESTAR ATENTOS!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Terapia Ocupacional e Saúde do Trabalhador


Cada vez mais, o trabalho é muito importante para as pessoas, e é nesse ambiente que passam grande parte do seu dia. No entanto, o trabalho pode ser fonte de adoecimento, se não proporcionar ao trabalhador adequadas condições de trabalho, podendo acarretar várias doenças ocupacionais.

As doenças ocupacionais têm vindo a crescer ponto de vista da saúde colectiva, causando, além de gastos financeiros para as Entidades Empregadoras, enormes dificuldades sociais. Entre as principais doenças relacionadas à organização do trabalho, destacam-se as Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho – LER/DORT e os sofrimentos psíquicos relacionados ao trabalho. Nessas doenças, as dificuldades estão em definir a natureza exacta da sua etiologia, mensurar e qualificar a dor e/ou sofrimento, a subjectividade e a invisibilidade. Aspectos referentes às condições e à organização do trabalho contribuem, de diferentes formas, para o acometimento dos trabalhadores: a produção com ritmo e velocidade acelerados; a intensificação da sobrecarga; o aumento dos movimentos repetitivos; a utilização das posições anatomicamente inadequadas para o ser humano; a sobrecarga nos grupos musculares e tendões; as relações autoritárias de poder; as desconfianças e competições entre os trabalhadores; a impossibilidade do trabalhador contribuir com sua experiência e aprendizado sobre o trabalho, etc.

A partir da compreensão de que o trabalho é gerador de doenças e sofrimento, a prevenção ganhou espaço e foi abordada principalmente através das condições e da organização do trabalho. Além disso, cresceu o número de trabalhadores excluídos socialmente. Portanto, deve-se intervir na prevenção no próprio espaço de trabalho e na reinserção social para os afastados/excluídos do mercado de trabalho.

A Terapia Ocupacional em saúde do trabalhador apresenta-se como uma ciência que realiza um trabalho integrado com outras ciências relacionadas à saúde, onde o Terapeuta Ocupacional está apto a procurar a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e orientando a participação dos mesmos em actividades seleccionadas para facilitar, restaurar, fortalecer e promover a saúde.

A Terapia Ocupacional intervém em diferentes niveis, dependendo do objetivo do tratamento (primário, secundário ou terciário).

  • No Nível Primário ou Preventivo o Terapeuta Ocupacional busca analisar o processo de trabalho, conhecendo detalhadamente a função de cada trabalhador sugerindo aos responsáveis pela empresa ou instituição, quando necessário, a modificação no processo do mesmo
  • No Nível Secundário ou Curativo o Terapeuta Ocupacional realiza uma avaliação do trabalhador, observando aspectos como dor, limitação da amplitude de movimento (ADM), presença de encurtamentos, força muscular (FM), coordenação motora e níveis de stress.
  • No Nível Terciário ou Reabilitador o Terapeuta Ocupacional trabalha aspectos alterados, contribuindo para a prevenção de deformidades e para a manutenção da capacidade residual, promovendo, quando necessário a troca de lateralidade, indicando junto ao trabalhador e à equipe uma nova função, ou a indicação de órtoteses ou próteses que facilitem o desempenho das diversas actividades.
Vejamos exemplos práticos que podem ajudar evitar doenças ocupacionais:
Postura correcta ao computador



Como levantar correctamente pesos






Como incorporar as atividades físicas à rotina do cotidiano?

Fonte: Portal do Coração

Os benefícios da prática regular das atividades físicas são inúmeros, tanto na esfera orgânica como mental.

As atividades físicas podem ser definidas como qualquer movimento corporal que implique em um gasto de energia, por isso, ser uma pessoa fisicamente ativa não implica em ser um frequentador de uma academia de ginástica ou ser praticante de um determinado esporte. Os benefícios da prática regular das atividades físicas são inúmeros, tanto na
esfera orgânica como mental.

Redução da pressão arterial, melhora dos níveis do colesterol e de suas frações, diminuição da glicemia (taxas de açúcar no sangue) e do peso corporal, são alguns dos benefícios observados.

Uma diminuição dos níveis de estresse e ansiedade, além de uma melhora da auto-estima e dos sintomas depressivos, são consequências observadas na esfera psíquica de quem pratica regularmente atividades físicas.

Dicas para incoporar as atividade físicas à rotina cotidiana:

- Procure se organizar para realizar uma caminhada de pelo menos 30 minutos na maioria dos dias da semana. O ideal é totalizar 150 minutos de atividades físicas semanais.

- Caminhe ou pedale ao invés de dirigir, sempre que possível, inclusive para ir à escola ou ao trabalho.

- Suba as escadas ao invés de utilizar o elevador.

- Procure descer do ônibus alguns pontos antes. Finalize o trajeto até o seu destino final caminhando.

- Estacione em vagas mais distantes, de modo a caminhar o restante do percurso.

- Invista em algum equipamento de ginástica, como um esteira ou bicicleta ergométrica, para realizar atividades físicas em sua casa. Que tal assistir o jornal ou o seu programa de TV predileto caminhando ou pedalando?

- Muitas pessoas conseguem obter regularidade em suas atividades física realizado-as pela manhã, antes de iniciar as demais atividades do dia.

- Procure realizar a maior parte das atividades domésticas, como limpeza, lavagem do carro, regar as plantas ou cuidar do jardim.

OBS: Se alguém quiser minha casa para se exercitar tá liberado. Heheheeh, brincadeirinha!

FONTE:http://www.educacaofisica.com.br/noticia_mostrar.asp?id=7461Acessado em 27/10/2009

Exercício diminui perda de habilidades mentais


Em um novo estudo, idosos sedentários que começaram novos programas de exercício diminuíram seu índice de declínio cognitivo, especialmente no que diz respeito à habilidade de processar informações complexas rapidamente.

"Mesmo que você tenha parado de se exercitar, retome suas atividades," afirma a pesquisadora Deborah E. Barnes, PhD, mestre em saúde pública, da Universidade de Califórnia, em San Francisco, EUA. "A pior coisa é ficar sedentário".

Outros estudos já mostraram que adultos mais velhos que são fisicamente ativos vivenciam um declínio mais lento nas capacidades mentais, variando da recordação ao raciocínio, do que seus semelhantes sedentários.

Mas a maioria das pessoas, especialmente adultos mais velhos, não segue um padrão de exercício consistente ao longo dos anos, afirma Barnes. "Eles adoecem, ou tem compromissos com o trabalho, e param com os exercícios."

Para determinar o impacto das mudanças do nível de atividade física no índice de declínio cognitivo, Barnes e seus colegas acompanharam mais de 3 mil pessoas, de 70 a 79 anos de idade, durante sete anos. Do total, 21% dos participantes eram consistentementes sedentários, 12% mantiveram seus níveis de atividades, 26% tiveram níveis reduzidos, e 41% apresentaram níveis maiores ou flutuantes de atividades.

Os pesquisadores descobriram que pessoas que eram consistentemente sedentárias tinham as piores capacidades mentais. Em um teste padrão que mede a função cognitiva geral, inclusive a memória, atenção e resolução de problemas, "eles atingiam os piores níveis no começo e tinham o declínio cognitivo mais rápido," segundo Barnes.

Não surpreendentemente, pessoas cujos níveis de exercícios diminuíram consistentemente ao longo do período de sete anos também não iam bem no teste. Seu índice de declínio cognitivo era mais rápido que aquele das pessoas que tinham níveis de atividades estáveis, crescentes ou flutuantes.

"Pessoas sedentárias deveriam se envolver em atividades físicas ao menos ocasionalmente", Barnes aconselha. "Pessoas que são ativas devem manter-se ou aumentar seus níveis de atividades."

As descobertas foram apresentadas na Conferência Internacional sobre Doença de Alzheimer 2009 da Associação de Alzheimer.

Um segundo estudo mostra que exercícios podem ajudar a estender a vida das pessoas com doença de Alzheimer.

Estudos mostram que atividade física pode proteger contra o desenvolvimento da doença de Alzheimer, afirma Nikolaos Scarmeas, doutor em medicina da Universidade de Columbia em Nova York, EUA.

"Mas e depois que você tem a doença de Alzheimer? Isso afeta o prognóstico?", ele pergunta. Para descobrir, Scarmear e seus colegas acompanharam mais de 500 pessoas com doença de Alzheimer no período de três a quatro anos.

Comparados aos pacientes com Alzheimer que não se exercitavam nunca, aqueles que eram fisicamente ativos tinham de 44 a 59% menos chances de morrerem durante o período do estudo.
Quando o assunto é aperfeiçoar as habilidades mentais, nunca é tarde demais para começar a se exercitar.
"Mesmo uma pequena quantidade de atividade física - 30 minutos de exercício moderado, como pedalar, por semana - era associado a um risco menor de morrer," afirma Scarmeas.

Ronald Petersen, PhD, doutor em medicina, professor de neurologia da Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, EUA e presidente do Conselho Consultivo Médico & Científico da Associação de Alzheimer afirma que ambos estudos confirmam grandes benefícios dos exercícios para o cérebro.

"Nós recomendamos que uma pessoa idosa ou aqueles com doença de Alzheimer permaneçam fisicamente e mentalmente ativos," comenta Petersen. "É um pequeno investimento para um ganho potencialmente alto."

Fonte: Instituto de Psicologia e Psicanálise

Pais omissos geram crescimento da obesidade infantil

































Falta pulso firme aos pais na hora de controlar a dieta dos filhos. A conclusão é de um estudo, realizado na Escola de Medicina de Harvard (EUA) , a respeito do crescimento dos casos de obesidade infantil. Após acompanhar a rotina de 440 pais de crianças com sobrepeso ,os médicos descobriram que o problema, na maioria das vezes, não está na falta de informação: os adultos sabem o que prejudica a saúde dos filhos, mas sentem-se inseguros em proibir os maus hábitos.

Os pais foram estimulados a vetar a televisão na hora das refeições, reduzir o consumo de fast-food, cortar os refrigerantes, obrigar a prática de exercícios físicos e aumentar o número de refeições feitas. Mas nem sempre as mudanças aconteceram: muitos adultos sentiam-se castigando as crianças ao assumir algumas das medidas as limitações quanto ao uso da televisão e as refeições em família foram as regras mais desrespeitadas. O grupo incluía pais de crianças com idades entre dois e doze anos.

"As crianças aprendem muito com os exemplos. Se os pais proíbem as refeições em frente da televisão, mas fazem lanches na cama, perdem a autoridade", afirma a nutricionista do MinhaVida, Roberta Stella. "Para manter a saúde e o peso ideal, a rotina de toda a família precisa ser saudável. Sem diferenças, fica mais fácil manter a linha: se ninguém em casa toma refrigerante, por exemplo, a tentação some da geladeira"

O estudo também identificou que os adultos que se mantinham no peso ideal mostraram-se mais à vontade para impor as proibições às crianças ao contrário dos pais obesos, mais relutantes em manter as restrições. A autoconfiança também se apresentou diretamente proporcional ao nível de estudo dos pais: aqueles com graduação superior mantiveram-se mais firmes.
fonte:http://www.educacaofisica.com.br/noticias_mostrar.asp?id=6937Acessado em 27/10/2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

JOGO DA ALIMENTAÇÃO

QUE TAL APRENDER BRINCANDO?

O corpo

Clica para ficares a saber mais sobre o teu corpo
fonte: http://letrasehistorias.blogspot.com/ Acessado em 23/10/2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Cidades Sedes dos Jogos • Copa do Mundo África do Sul 2010

Conheça as Cidades dos jogos da Copa do Mundo Africa do Sul 2010

SONHOS

Fragmentos do livro de Augusto Cury, O Vendedor de Sonhos.
Leia, vale muito a pena!

Sonhos
View more presentations from Simone.

MATERIAL DE APOIO

Componente Curricular deste Nível de Ensino

Submissões recentes

Data de Publicação Tipo Título Autores Tamanho dos Arquivos

(03/02/2009)

Xadrez na escola: parte 3 [Com ciência] Brasil. Ministério da Educação (MEC) 64.50Mb

(03/02/2009)

Xadrez na escola: parte 2 [Com ciência] Brasil. Ministério da Educação (MEC) 68.51Mb

(03/02/2009)

Xadrez na escola: parte 1 [Com ciência] Brasil. Ministério da Educação (MEC) 65.92Mb

(29/01/2009)

Esporte e lazer [Esporte na escola] Brasil. Ministério da Educação (MEC) 122.9Mb

(29/01/2009)

Símbolos [Visões do esporte] Brasil. Ministério da Educação (MEC) 11.75Mb
FONTE:http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/36 Acessado em 22/10/2009

domingo, 18 de outubro de 2009

Atividade física saudável

Encontramos esta sequência didática no site da revista Nova Escola e resolvemos passar para vocês!

Bom Proveito Pessoal!

Sequência Didática Ensino Fundamental II

Conteúdo
Conhecimento sobre o Corpo


Objetivos
- Desenvolver atitudes e hábitos saudáveis de prática da atividade física, evitando lesões e riscos à saúde.
- Compreender as diferenças conceituais entre dor e fadiga.
- Identificar práticas corporais adequadas à faixa etária e ao nível de condicionamento físico.
- Conhecer métodos e procedimentos preventivos que ajudam a evitar a dor e a lesão na prática de atividades físicas.

Conteúdos
- Dor e fadiga.
- Alongamento.
- Nutrição para o esporte.

Anos
8º e 9º.

Tempo estimado
12 aulas.

Desenvolvimento
1ª etapa
Inicie a sequência apresentando à classe a proposta de debater o que é necessário para uma atividade física saudável e os problemas que ocorrem quando os limites do corpo não são respeitados. Numa roda de conversa, mapeie os conhecimentos da turma: como funciona o nosso corpo quando praticamos exercício físico? Quais as consequências de praticar exercício em excesso? Qual a diferença entre dor e fadiga? Alguém já sentiu dores ou teve lesões durante ou depois das práticas corporais? Quais os principais agentes externos que causam dores e lesões durante a atividade física (calçados inadequados, sobrecarga de treino, postura etc.)? Como prevenir-se contra dores e lesões? Prossiga perguntando sobre quais esportes, jogos, ginásticas e danças a turma pratica, sugerindo uma classificação no quadro de acordo com os seguintes critérios: práticas mais indicadas para a faixa etária da classe, as que causam menos lesões e as que são possíveis de praticar na escola.

2ª etapa
Divida a classe em grupos e peça que cada um deles selecione uma das práticas listadas no quadro durante a etapa anterior. A intenção é que preparem seminários sobre como prevenir dores e lesões na modalidade escolhida. Os trabalhos devem ter duas partes. A primeira, teórica, procurará responder às seguintes questões: qual é a prática? Onde realizá-la? Quem pode praticá-la? Quais os cuidados do praticante? Para que empreendam a busca pelas respostas, indique pesquisas em sites e revistas que abordam o assunto, como Boa Forma, Men's Health, Women's Health e Runner's World, e livros específicos sobre saúde e atividade física - uma indicação é O "Mito" da Atividade Física e Saúde, de Yara Maria de Carvalho. A segunda parte será composta de relatos de vivências das práticas na escola. Para garantir a segurança dos participantes, oriente uma rotina de procedimentos de aquecimento, relaxamento e monitoramento que ajudem a controlar a qualidade da atividade e a prevenir lesões.

3ª etapa
Planeje um evento que possa disseminar para a comunidade escolar os conhecimentos adquiridos no projeto. Algumas sugestões são produzir fôlderes explicativos sobre o tema para outras turmas, realizar vivências com funcionários ou, ainda, organizar palestras com profissionais da área de saúde para ampliar o que se sabe sobre o assunto.

Avaliação
Com base na observação das vivências, das pesquisas, do seminário e do evento escolhido, verifique se os alunos registraram os conhecimentos mais importantes sobre o tema e se os incorporaram à rotina das práticas corporais. Avalie, sobretudo, se eles demonstram cuidado com a postura, com a vestimenta (especialmente no que diz respeito aos calçados) e com procedimentos como aquecimento e alongamento.

FONTE:http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica-pedagogica/atividade-fisica-saudavel-saude-dor-fadiga-lesao-educacao-504028.shtml Acessado em 18/10/2009

Novo status para a expressão corporal

A hora de correr, jogar e se exercitar está mais rica: o objetivo agora é explorar as diferentes culturas e integrar os alunos

Beatriz Santomauro

ESPORTE E CULTURA A prática de esportes, marca da disciplina, foi ampliada com aspectos da realidade local. Foto: Robson Fernandjes/AE
ESPORTE E CULTURA A prática de esportes,
marca da disciplina, foi ampliada com aspectos
da realidade local. Foto: Robson Fernandjes/AE
Não é preciso marcar gol ou ser o primeiro a cruzar a linha de chegada. Basta participar, interagir, ajudar, planejar e interferir para ser campeão. É assim, com muita integração e espaço para conhecer diferentes manifestações culturais, esportivas e sociais, que a Educação Física está ampliando seu papel nas escolas. Mais do que o movimento pelo movimento, o que importa atualmente é conhecer e desenvolver as manifestações corporais. Além do jogo (com suas estratégias práticas) e das atividades de relaxamento e alongamento dos músculos, é preciso ensinar a importância da afetividade, do trabalho em equipe e da convivência com diferentes pessoas e grupos.

Todas essas idéias estão presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) - mas mal começam a se disseminar pelo país, trazendo avanços na forma de trabalhar a disciplina e ajudando a acabar com mitos, como o de que só alguns alunos, "mais dotados do que outros", conseguem aproveitar as aulas (leia mais no quadro acima). "Essa abordagem parte do princípio de que temos conhecimentos acumulados historicamente que precisam ser transmitidos para as novas gerações por meio da escola", diz Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP).

Mitos pedagógicos

Muitas práticas já tradicionais não garantem a aprendizagem. Conheça algumas delas:

- Ensinar do mais fácil para o difícil

É melhor intercalar teoria e prática, jogos e fundamentos do esporte. Só treinar arremessos em aulas de basquete não garante que a criança aprenda a jogar.

- Saber dançar ou jogar é um dom

É o mesmo que dizer que habilidades são inatas e não podem ser alteradas. Pelo contrário, dar oportunidades a todos desenvolve competências independentemente da aptidão.

- A competição é nociva

Competir pode ser positivo ou negativo. Não é porque os jogos reforçam a disputa entre as equipes que as crianças vão se tornar competitivas - ou menos cooperativas - em outras atividades. Roberto Rodrigues Paes, da Universidade Estadual de Campinas, diz que "o caráter lúdico, a inclusão, o compartir e o competir próprios do esporte são motivadores".

- A Educação Física ajuda a recrear, distrair e descontrair

As práticas esportivas e os exercícios podem ser muito prazerosos, mas o objetivo da escola não é o lazer, é ensinar. As Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental da prefeitura de São Paulo defendem que "as práticas não podem ser confundidas com aquelas dadas nas escolinhas de futebol e academias".

Alfabetização corporal

João Batista Freire, da Universidade Estadual de Santa Catarina, destaca que hoje é essencial trabalhar a alfabetização corporal: "Existe um vocabulário motor, uma 'fala' do corpo, e é possível fazer a turma avançar apresentando novas experiências e propostas de ação". Assim, uma ampla gama de atividades deve ser proposta para os alunos ampliarem seu repertório de vivências. Se os meninos não gostam de dançar e as meninas têm menos força física, essas características precisam ser respeitadas, mas cabe ao professor criar atividades que valorizem todas as características, já que o propósito atual do ensino de Educação Física não é mais revelar atletas, como já foi comum no passado (saiba mais sobre a evolução da disciplina no Brasil na linha do tempo na página 80).

Glauco Ramos, professor do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana da Universidade Federal de São Carlos, dá um exemplo: "O futebol precisa ser trabalhado com a adaptação de regras de acordo com o grupo. Não pode ser a reprodução do esporte profissional que acompanhamos pela televisão". Esse trabalho fica mais fácil quando o professor constrói junto com a garotada as práticas corporais a estudar, aproximando a escola daquilo que é feito na comunidade. Se o funk, o hip hop e o rap são muito presentes nela, é uma ótima pedida levá-los para as aulas. Isso faz com que todos participem com mais interesse.

Como o foco não é mais só correr e pôr a turma para jogar bola, a maneira de transmitir os conhecimentos precisa ser diversificada. Por isso, a Educação Física não tem lugar apenas na quadra, mas na sala de aula, na de vídeo, no pátio, em palestras de profissionais e visitas a academias de ginástica e escolas de esportes. O caderno passa a ser o espaço para registrar descobertas e ref lexões, criar brincadeiras e regras, pesquisar e observar experiências. "Não há 100% de garantia de que o uso de materiais variados resulte em boas aulas. Mas, se forem bem usados, eles tornarão as aulas mais ricas", diz Samuel de Souza Neto, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

O ensino de Educação Física no Brasil

1882
Rui Barbosa é o primeiro a valorizar a área. Pede a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação de seus professores aos das outras disciplinas. Acredita que é necessário ter um corpo saudável para ativar o intelecto

1900
Os discursos pedagógicos são vinculados a questões médico-higienistas. Nas aulas de Educação Física, que não eram vistas como parte do trabalho da escola, o foco era dado a conteúdos de anatomia e fisiologia

1930
Os militares são os orientadores da Educação Física nas escolas: ensinam ginástica com a intenção de formar homens fortes, disciplinados, com boa aparência física e resistentes a doenças

1937
A Constituição Federal considera a Educação Física uma prática educativa obrigatória para o ginásio (atualmente o período entre o 6º e o 9º ano), mas não uma disciplina

1945
Atividades esportivas passam a ser mais importantes que a ginástica no currículo escolar. Performance, resistência, desempenho e velocidade são as habilidades desenvolvidas

1961
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional torna obrigatória a Educação Física no primário (atualmente o período entre o 1º e o 5º ano) e no colegial (atual Ensino Médio)

1970
O vínculo entre esporte e nacionalismo se estreita. Os políticos aproveitam a boa campanha da Seleção Brasileira de futebol na Copa do Mundo para ressaltar o civismo

1971
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional torna obrigatória a Educação Física para o 1º e o 2º grau (atual Fundamental e Médio)

1980
Surgem novas idéias sobre o papel da Educação Física. O esporte e a ginástica, identificados como "alienados", perdem força. O que importa, a partir desse momento, é aliar a disciplina às idéias de democracia e direitos humanos

1996
A mais recente Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional propõe que a disciplina de Educação Física faça parte da proposta político-pedagógica da escola

2008
Várias perspectivas curriculares convivem simultaneamente nas escolas: a voltada à saúde, a desenvolvimentista, a psicomotora e a cultural são as que atualmente têm maior alcance

Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS)

Valorização cultural

No jargão da disciplina, a inf luência da memória impressa no corpo e nos movimentos do aluno é a chamada cultura corporal. Algumas manifestações dessas inf luências são os conteúdos a trabalhar: jogos, lutas, esportes, ginástica, atividades rítmicas e expressivas. "São 12 anos para explorar as diferentes culturas", diz Marcos Neira, da USP, referindo-se ao tempo que a garotada fica no Ensino Fundamental e no Médio. Segundo ele, "todos temos conhecimentos que precisam ser reconhecidos e ampliados pela escola". Essa concepção é conhecida como perspectiva cultural. Além dela, outras três polarizam as discussões sobre a Educação Física hoje no Brasil (leia o quadro acima).

LER, VER E CONHECER Além de fazer exercícios, pesquisar, observar e registrar experiências também está na aula. Foto: Gilvan Barreto
LER, VER E CONHECER Além de fazer exercícios,
pesquisar, observar e registrar experiências
também está na aula. Foto: Gilvan Barreto

"Não há caminho certo ou errado nem proposta melhor que outra, mas é preciso saber que aluno a escola quer formar", diz Fábio d'Ângelo, selecionador do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. Todas as correntes têm em comum, é claro, o objeto de estudo da disciplina: o movimento. O que varia é a maneira de desenvolver as atividades em classe e a prioridade dada a um ou outro aspecto. A perspectiva cultural é tão recente que poucos dos professores de hoje tiveram aulas assim enquanto eram estudantes. "Até a década de 1980, ninguém falava em jogos, brincadeiras, expressão corporal. Eram só técnicas esportivas e muita repetição", lembra Marcelo Barros da Silva, formador de professores e consultor de programas socioeducativos. Um bom exemplo de como levar isso para a prática é o projeto de José Carlos dos Santos, que ensinou esportes de taco e raquete para turmas de 5ª série, o que lhe rendeu o troféu de Educador Nota 10 no ano passado. "Antes de ser um professor de Educação Física, é preciso ser professor da escola. Os cursos de formação têm de incorporar um novo paradigma de informação. Não dá mais para ter uma grade que privilegia o fazer. Espera-se é um reforço na parte pedagógica e didática", afirma Osvaldo Luiz Ferraz, da USP, que ajudou a reformular o currículo da universidade, concluído em 2006. "Buscamos um equilíbrio entre os aspectos biológicos e esportivos e a abordagem sociocultural."

O curso de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul também passou por mudanças em 2005. "Precisamos mostrar aos futuros professores que a disciplina é uma área do conhecimento, não um espaço para o exercício de aptidões físicas", destaca Alex Branco Fraga, coordenador do bacharelado e da licenciatura. Para isso, o estudante de graduação precisa sistematizar uma série de conhecimentos. "Existem cerca de 300 modalidades esportivas, mas poucas são exploradas. Que tal apresentar aos alunos esportes em que uma equipe entra no campo da outra ou mostrar a riqueza da ginástica olímpica como uma cultura corporal?", exemplifica Fraga. Em Duque de Caxias, na Grande Rio, a professora Tânia Casali de Oliveira é um bom exemplo das transformações pelas quais o ensino vem passando (leia a entrevista ao lado).

Metodologias mais comuns

Até 1980, os professores eram técnicos que exploravam a repetição dos movimentos para desenvolver a capacidade física do aluno. Depois disso, diversas correntes surgiram e convivem até hoje.

- Saúde
Desde 1990, o sedentarismo e a alimentação inadequada se tornaram comuns entre crianças e a Educação Física passou a refletir sobre a questão.
Foco Ensinar hábitos e comportamentos saudáveis e a prática autônoma de exercícios físicos.
Estratégias de ensino Atividades práticas para exercitar o corpo e aulas expositivas sobre sexualidade, alimentação e estresse.

- Psicomotricidade
As pesquisas chegaram ao Brasil por volta de 1960 e cresceram em 1980.
Foco Garantir o conhecimento corporal e suas relações com os objetos, o espaço e o outro - que contribuem para o desenvolvimento integral.
Estratégias de ensino No desenvolvimento espacial e temporal, são usados bambolês, cordas, bolas de diferentes tamanhos, tecidos e bastões.

- Cultural
Cada aluno deve ser visto dentro do contexto em que vive, com sua bagagem cultural e seus interesses próprios. O professor é o mediador dos conteúdos e a criança colabora na construção das aulas por meio de discussões.
Foco Integrar alunos com habilidades diversas (inclusive aqueles com diferentes deficiências) e variar as atividades praticadas.
Estratégias de ensino O aluno pratica movimentos variados, lê, registra e reflete sobre seus aprendizados.

- Desenvolvimentista
A intenção é entender como se dá o movimento ao longo do Desenvolvimento, analisando a construção da experiência de bebês, crianças e jovens.
Foco É a ação motora com intenção, significado e contexto. Os alunos são sujeitos do próprio desenvolvimento e devem ser considerados as relações internas ao organismo e o que acontece ao seu redor.
Estratégias de ensino As aulas devem proporcionar condições para que o comportamento motor seja desenvolvido justamente pelo aumento da diversificação e pela complexidade dos movimentos.

Outra deficiência que se quer combatida é a separação entre teoria e prática, com a ampliação da carga horária dos estágios, de 150 para 450 horas (antes eles começavam no oitavo semestre, e agora, no sexto). "O programa foi dividido em três etapas para que o aluno tenha experiência de docência na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio." Quanto maior a pluraridade de vivências, melhor para o grupo. "Nesse contexto, o papel do professor é construir uma ponte entre essas manifestações culturais locais e os conteúdos previstos", diz Souza Neto, da Unesp. Sim, é muito importante ter clareza dos conteúdos - como em qualquer disciplina, aliás - para alcançar os objetivos (confira acima as expectativas de aprendizagem para o 5º e o 9º ano do Ensino Fundamental).

Expectativas de aprendizagem

As Orientações Curriculares da prefeitura de São Paulo prevêem que os alunos de 5º ano sejam capazes de:

- Identificar, explicar e demonstrar corporalmente brincadeiras, esportes, danças, lutas e ginásticas vivenciados no contexto da comunidade.

- Buscar a participação de todos, independentemente de gênero, sexualidade, raça, etnia ou biótipo.

- Analisar e comentar em diversas situações o desempenho dos participantes, compreendendo-o como fruto das características pessoais e da diversidade da prática.

- Respeitar o direito de expressão dos colegas, aceitando diferentes graus de participação.

- Reconhecer as atividades que ocorrem em outros grupos culturais e vivenciá-las.

- Identificar as relações de poder presentes nas vivências esportivas.

- Apropriar-se da terminologia específica da modalidade.

O mesmo documento prevê que os estudantes de 9º ano saibam:

- Ser críticos perante a tentativa de imposição da indústria cultural.

- Reconhecer a intencionalidade de políticas esportivas públicas e do terceiro setor.

- Analisar os programas televisivos, as crônicas e a publicidade e seus efeitos.

- Identificar as características das brincadeiras vivenciadas (regras, estratégias, conteúdo e forma).

- Elaborar formas variadas de textos.

- Adaptar formas de participação, facilitando a atuação dos colegas.

- Conhecer e relacionar os tipos de modalidade com os espaços sociais onde ocorrem.

- Compreender a construção do mito do atleta.

- Identificar as práticas discursivas presentes nos esportes que reforçam pejorativamente a identidade de raça, gênero, sexualidade e idade.


Inclusão eficiente

PARTICIPAÇÃO EFETIVA A inclusão de alunos com deficiência deve dar a todos a possibilidade de jogar e colaborar. Foto: Marcelo Min / Agradecimento Escola Projeto Vida
PARTICIPAÇÃO EFETIVA A inclusão de alunos
com deficiência deve dar a todos
a possibilidade de jogar e colaborar.
Foto: Marcelo Min / Agradecimento Escola Projeto Vida

A Educação Física, como as demais disciplinas, deve incluir não apenas os gordinhos e baixinhos, mas também os que têm alguma deficiência (física ou mental). "É papel da escola ensinar a conviver com as diferenças e oferecer meios de ajudar a aumentar a sociabilidade", diz Marcos Neira. Os PCNs defendem que isso ajuda a desenvolver "particularmente as capacidades afetivas, de integração e inserção social". Obviamente, é preciso adaptar as atividades às deficiências dos alunos de sua turma para que eles aprendam.

Ao propor um jogo com bola para uma classe em que uma das crianças se locomova em cadeira de rodas, garanta que ela possa participar, atuando como um dos jogadores ou em outra função em que ela colabore com o grupo. O ideal é dar a ela a oportunidade de treinar e desenvolver suas habilidades ou de fazer parte das atividades que envolvam competição, e não apenas atuar como técnico ou juiz, por exemplo. Dessa forma, todos ajudam, interagem, planejam e se tornam verdadeiros campeões.


FONTE:http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/fundamentos/novo-status-expressao-corporal-423950.shtml Acessado em 18/10/2009

Todo mundo é bonito

Ninguém precisa seguir os padrões físicos impostos pela mídia. Essa foi a mensagem que a professora de Educação Física passou aos alunos do sertão sergipano

Os alunos da professora Josefa agora conhecem melhor a si mesmos e, por isso, se gostam mais. Foto: Gustavo Lourenção
Os alunos da professora Josefa agora conhecem
melhor a si mesmos e, por isso, se gostam mais.
Foto: Gustavo Lourenção
E aí, gordinha? Ô, palito, cuidado com o vento! Chega mais, tampinha! Fala, rolha-de-poço! Brincadeiras desse tipo entre os alunos, aparentemente ingênuas e inofensivas, incomodaram no início de 2003 a professora nota 10 Josefa Iranilde Dantas Santana, da Escola Estadual Epifânio Dória, em Poço Verde (SE), a 150 quilômetros de Aracaju. Recém-formada em Educação Física pela Universidade Federal de Sergipe (curso feito em um campus avançado, no município de Lagarto, cidade a 75 quilômetros de distância), Josefa estava com as idéias fervilhando. "Na Educação Física, precisamos ir além da prática dos esportes coletivos", avalia. Para a professora, o ensino dessa disciplina hoje valoriza mais as questões da saúde e do bem-estar dos alunos. E foi o que ela fez. "Percebi que era a oportunidade de colocar em prática o que havia estudado na faculdade."

Reprogramando suas aulas, Josefa diminuiu a carga horária dedicada aos esportes tradicionais o futebol era até então o preferido da turma para envolver os alunos no estudo do corpo humano. "Quis mostrar a eles que o ideal de beleza nada mais é do que uma imposição da mídia e que, para alcançar esse padrão, as pessoas acabam maltratando o próprio corpo", conta.

Mesmo com poucos recursos e enfrentando a incompreensão de algumas pessoas da comunidade escolar, Josefa passou a dar mais aulas dentro da classe e na biblioteca da escola e iniciou um projeto de pesquisa que trouxe à 7ª série conhecimentos fundamentais sobre boa alimentação, riscos no uso de anabolizantes e doenças relacionadas à busca exacerbada do corpo perfeito. Em quadra, as aulas também mudaram. Antes dos jogos, atividades de alongamento e de aquecimento viraram rotina. E para promover a integração de todos os alunos, não mais somente dos craques da bola, Josefa ensinou à turma jogos e brincadeiras baseados em regras mais cooperativas do que competitivas.

A sacada de Josefa, que rendeu aos estudantes uma postura mais crítica em relação às informações que recebem principalmente pela TV , também foi reconhecida pelo júri do Prêmio Victor Civita, que deu a ela a menção honrosa.

Plano de aula

Corpo ideal é o seu

Objetivos

O corpo humano reage ao modo de vida, à alimentação e a qualquer tipo de substância ingerida com a finalidade de alterar funções naturais do organismo. Ao desenvolver com a turma o projeto sobre ideal de beleza, Josefa levou os alunos a conhecer os principais riscos dessa reação à saúde e ao bem-estar. Ao abordar a influência da mídia na formação dos padrões de corpo ideal, a professora também despertou nos estudantes um espírito mais crítico com relação à leitura que fazem de imagens e textos que chegam até eles. Por fim, ela promoveu a integração de todo o grupo nas aulas de Educação Física, ao dar um tratamento mais abrangente ao conteúdo da disciplina.

Josefa começou seu projeto com uma pergunta a todos os alunos: para você, qual é o corpo ideal? As respostas deveriam ser dadas em forma de redação. "Foi uma maneira de diagnosticar a turma e sondar a suspeita de que as brincadeiras acontenciam em função de uma visão distorcida do ideal de beleza", comenta Josefa. Entre os meninos, apareceu bastante a idéia do corpo musculoso, sarado. Entre as meninas, a cintura fina, o bumbum empinado e, em geral, o corpo bastante magro. Confirmada a hipótese de que havia uma influência da mídia balizando a opinião dos estudantes, Josefa deu continuidade ao trabalho e propôs a leitura seguida de debates de dois textos.

O primeiro deles, publicado no livro Projeto Saúde na Escola, editado pelo Ministério da Saúde, trata dos conflitos enfrentados por adolescentes ao confrontar as idéias de "corpo imaginário" e "corpo real". Em seguida, o grupo leu a reportagem "O Feitiço do Corpo Ideal", publicada na revista Veja em 1998, que faz uma abordagem sociológica da padronização da beleza. "A matéria mostrava, entre outras coisas, como esses modelos ideais são signos de distinção social e servem para a elite sinalizar seu diferencial de classe em relação à maioria da população", lembra Josefa.

Depois dessa aproximação com o tema, Josefa dividiu a turma em quatro grupos e traçou uma linha de pesquisa para cada um. O primeiro ficou incumbido de levantar informações sobre bulimia e anorexia, doenças relacionadas ao desejo intenso de atingir o ideal de beleza. "Muitos dos alunos nem sequer tinham ouvido falar nessas doenças", recorda-se Josefa. O segundo grupo buscou dados sobre os efeitos dos esteróides anabolizantes tanto em adultos (o velocista Ben Johnson foi um dos exemplos) como em adolescentes. Outra turma pesquisou o uso dos suplementos alimentares e os prejuízos causados por eles quando tomados sem prescrição médica. Finalmente, o quarto grupo estudou as cirurgias plásticas com objetivos estéticos e os riscos desse tipo de intervenção.

Com o material levantado, cada equipe elaborou um grande cartaz sobre o tema de sua responsabilidade e organizou um seminário, apresentado para a classe. Depois disso, os painéis ficaram expostos no pátio. "Isso foi muito bom, pois fez com que o conhecimento circulasse entre as outras turmas e até entre os pais que costumam freqüentar a escola", conta a professora.

O projeto durou dois meses. Em paralelo às atividades de pesquisa, Josefa foi introduzindo atividades diferenciadas nas aulas em quadra. Aquecimento e alongamento tornaram-se obrigatórios antes de qualquer atividade física. "No começo, os alunos estranharam um pouco e os que estavam acostumados ao futebol mostraram resistência a esse tipo de exercício", lembra Josefa. Meninos e meninas passaram a jogar juntos até mesmo o futebol, com regras alteradas para deixar o esporte mais cooperativo. "Por exemplo, só pode fazer gol se todos do time tocarem pelo menos uma vez na bola", exemplifica a professora. Aos poucos, o grupo compreendeu a importância daquelas atividades e, como se vê na foto, passou a freqüentar as aulas de Josefa com todo o entusiasmo.

FONTE:http://revistaescola.abril.com.br/educacao-fisica/pratica-pedagogica/todo-mundo-bonito-424307.shtml Acessado em 18/10/2009

Respeite os limites físicos


Estudar a dor e a fadiga auxilia cada um a dosar o esforço num nível compatível com seu condicionamento

Anderson Moço

Nos últimos minutos de uma partida de futebol, no trecho final de uma longa corrida ou depois de seguidas subidas ao bloqueio num jogo de vôlei, pernas e braços parecem fracos, como se não mais obedecessem aos comandos do cérebro. Cansados, os músculos pedem para parar: eles estão entrando em fadiga. No dia seguinte, se o esforço foi demasiado, a dor entra em ação. Pesadas, coxas e antebraços "reclamam" a cada movimento, nos deixando prostrados. Felizmente, esse quadro costuma durar pouco: basta voltar a exercitar o grupo muscular afetado depois de um período de pelo menos 24 horas de descanso.

Infografia: Erika Onodera
Infografia: Erika Onodera

Veja o infográfico acima ampliado

Todo mundo que faz ou já fez atividade física sabe que a dor e a fadiga são duas sensações normais (leia o infográfico acima). Elas funcionam como um alarme do organismo, informando que nosso corpo está operando em sua capacidade máxima e precisa de uma folga. Ignorar esse alerta biológico pode ser bastante perigoso e acabar levando a uma lesão séria, que pode demorar meses para ser curada. Nas aulas de Educação Física, a turma deve trabalhar essa importante lição. "Entender e analisar os limites do corpo é um conteúdo importante, que deve ser abordado nas séries finais do Ensino Fundamental", ressalta Fábio D'Angelo, coordenador pedagógico do Instituto Esporte e Educação, em São Paulo, e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o tema faz parte do bloco Conhecimento sobre o Corpo. O estudo dessa área tem como objetivo permitir a cada aluno gerenciar suas atividades corporais de maneira autônoma, escolhendo as mais saudáveis, e perceber o organismo como uma estrutura integrada - que ganha força com os estímulos corretos, que pode se lesionar quando a atividade não é adequada e que precisa se nutrir para funcionar a contento.

Observar o próprio corpo para ajudar a entender o tema

A abordagem desses conteúdos começa com a percepção do próprio corpo. Por exemplo, quando uma nova prática corporal está sendo realizada, a fadiga e a dor geralmente dão as caras. Cabe a você aproveitar as sensações dos alunos para se aprofundar nos estudos a respeito dos efeitos da atividade física sobre os tecidos musculares. Para analisar e compreender as alterações que ocorrem durante e depois dos exercícios, a turma precisa ter contato com uma série de conhecimentos básicos de anatomia, fisiologia, biomecânica e bioquímica (leia a sequência didática).

Na hora dessa troca de ideias, uma primeira providência é mostrar que dor e fadiga não são a mesma coisa. A fadiga não chega a ser um problema sério, mas é preciso respeitá-la e interromper o exercício. "A fadiga pode ser aguda, no caso de um exercício com intensidade maior do que o indivíduo está acostumado, ou crônica, quando a sensação de cansaço é frequente, causada por treinamento em excesso, anemia ou problemas respiratórios", explica Marcelo Bichels Leitão, cardiologista e médico do esporte da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, em São Paulo. Vale mostrar para a turma que avançar esse sinal pode ser bem dolorido: uma consequência imediata da fadiga em excesso são as temidas cãimbras (movimentos de contração musculares involuntários) fortíssimas, que doem bem mais do que as corriqueiras.

"Sem dor, sem ganho": debata se essa ideia é mesmo válida

Já com a dor, é preciso ter mais atenção. Como alerta, ela mostra que existe um processo fisiológico não natural do organismo. Ela também é dividida em dois tipos, a do dia seguinte e a dor intermitente. A primeira, mais comum, ocorre depois de trabalhar um grupo de músculos não acostumados ao exercício ou exigidos em excesso. "Ela é resultado de uma pequena inflamação na musculatura e de microrrupturas nas células musculares. Mas, se continuamos nos exercitando regularmente, a dor passa, pois a musculatura se fortalece e se acostuma ao esforço", conta Leitão.

Apesar disso, é preciso desmistificar a ideia comum entre os jovens de que, se uma pessoa não sentir dor, não está ganhando força na malhação. "Por pensarem assim, muitas vezes eles exageram na intensidade e na frequência da atividade física. É exatamente aí que surgem os casos mais sérios, como as lesões musculares", argumenta o especialista.

Faz parte desse quadro a dor intermitente, aquela que demora a passar. Quando isso ocorre, a musculatura foi lesionada e é necessário procurar um médico. Sua orientação é importante para evitar esse tipo de problema: além da explicação fisiológica propriamente dita, vale incentivar o debate sobre rotinas de exercícios e hábitos nutricionais para tornar as práticas corporais mais seguras e saudáveis (leia o quadro abaixo).

Três maneiras de prevenir lesões musculares

Ilustração: Erika Onodera
Ilustrações: Erika Onodera

Alongamento
Quando Antes de qualquer prática esportiva.
Tempo de prática No mínimo 15 minutos.
Por quê O alongamento aquece a musculatura e prepara o organismo para a prática esportiva. Quando bem feito, ele aumenta a resistência do corpo. É preciso alongar todos os grupos musculares e não apenas os que serão mais exigidos no exercício.
O que aumenta: fluxo sanguíneo
O que diminui: dor

Ilustração: Erika Onodera

Atividades aeróbicas
Quando No mínimo três vezes por semana.
Tempo de prática No mínimo 40 minutos.
Por quê Praticadas regularmente, atividades aeróbicas (que consomem mais oxigênio), como jogar futebol, correr e andar de bicicleta, são a melhor forma de ganhar resistência, pois elas trabalham a capacidade cardiorrespiratória.
O que aumenta: força muscular
O que diminui: dor e fadiga

Ilustração: Erika Onodera

Ingestão de água e frutas
Quando Antes de qualquer prática esportiva.
Horário de consumo Uma hora antes de fazer exercícios.
Por quê Um corpo bem nutrido consegue se recuperar do esforço físico muito mais rápido. A falta de nutrientes como o potássio (presente na banana e em castanhas, por exemplo) é uma das causas mais comuns da fadiga e da cãimbra.
O que aumenta: energia
O que diminui: fadiga

Conteúdo pode ser ampliado com discussão sobre doping

A discussão sobre prevenção a lesões vai encaminhar a aula para uma reflexão mais ampla: o que é uma boa prática corporal? Quais tipos de esporte são mais saudáveis? Quantas vezes por semana praticá-los? Como devemos atuar antes, durante e depois do exercício? Com base nesses questionamentos, novas pautas de estudo podem surgir, abrindo a oportunidade de abordá-las como decorrência natural do conteúdo. Alguns exemplos são o doping (aplicação de substâncias ilegais para melhorar a performance física, problema que cresce muito entre os adolescentes), a sobrecarga de exercícios em nome de um corpo "perfeito" e a influência da mídia nesses padrões de beleza atlética. Num trabalho bem feito dentro desses temas, a garotada reflete sobre os efeitos da atividade física de acordo com a intensidade e passa a respeitar melhor os próprios limites.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

PARABÉNS QUERIDOS PROFESSORES!


domingo, 11 de outubro de 2009

Importância da atividade física


O homem é um animal e todos os animais têm padrões de vida para os quais a Natureza os fez. Quando se afastam desses comportamentos entram em sofrimento, afastam-se da saúde, da qualidade de vida e do seu equilíbrio com a mesma Natureza e aí surge a doença. Nestes padrões incluem-se os alimentares e os de movimento e AF regular entre muitos outros (afetivos, sociais, de sono, sexuais, etc.). Fruto das condições de vida e do chamado progresso tecnológico e sócio - económico, a população está cada vez mais sedentária. Ou seja, este progresso que deveria constituir uma vantagem para a humanidade está a revelar-se como fonte de doença por estar a ser mal utilizado e abusado. Esta página apenas se dedica à importância da atividade física para a saúde. Quando se analisa a importância de algo na saúde, neste caso da atividade física, há que fazê-lo numa dupla perspectiva: - A importância da atividade física para manter a saúde, ou seja para evitar o aparecimento de doenças várias - A isto chama-se prevenção primária; - A importância da atividade física em quem já tem diversos problemas ou doenças para evitar que se agravem ou mesmo para auxiliar à sua recuperação - A isto chama-se prevenção secundária.


FONTE:http://praticasdesportivas.blogspot.com/search?updated-min=2009-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&updated-max=2010-01-01T00%3A00%3A00-08%3A00&max-results=4 acessado em 11/10/2009

Benefícios da Atividade Física para o organismo



A atividade física realizada na maioria dos dias da semana melhora a saúde nos seguintes aspectos, segundo a OMS:
· Reduz o risco de morte prematura.
· Reduz o risco de morte por doença cardíaca.
· Reduz o risco do desenvolvimento de diabetes.
· Reduz o risco do desenvolvimento de hipertensão arterial.
· Auxilia na redução do nível de hipertensão nas pessoas que já a possuem.
· Reduz o risco do desenvolvimento do cancro de cólon.
· Reduz sentimentos de depressão e ansiedade.
· Auxilia o controle de peso.
· Ajuda a construir e manter saudáveis ossos, músculos e articulações.
· Ajuda os idosos a se tornarem mais fortes e mais aptos a se locomover sem cair.
· Promove bem-estar psicológico.


Em Dezembro de 1891, o professor de educação física canadense James Naismith, do Springfield College (então denominada Associação Cristã de Moços), em Massachusetts, Estados Unidos, recebeu uma tarefa de seu diretor: criar um desporto que os alunos pudessem praticar em um local fechado, pois o Inverno costumava ser muito rigoroso, o que impedia a prática do Basebol e do Futebol Americano.
James Naismith logo descartou um jogo que utilizasse os pés ou com muito contato físico, pois poderiam se tornar muito violentos devido às características de um ginásio, local fechado e com piso de madeira.
Logo escreveu as treze regras básicas do jogo e pendurou um cesto de pêssegos a uma altura que julgou adequada: dez
pés, equivalente a 3,05 metros, altura que se mantém até hoje; já a quadra possuía, aproximadamente, metade do tamanho da atual.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Feliz Dia das<br />Crianças

Os melhores Recados de Crianças:
www.MiniRecados.com/criancas/


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Fim de Semana

Os melhores Gifs animados final de semana:
www.MiniRecados.com/gifs_animados_final_de_semana/

“Violências Sociais e seus reflexos na Escola”

O seminário estadual “Violências Sociais e seus reflexos na Escola”, promovido pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal e pelo Instituto Humanidades, ocorreu nos dias 5 e 6 de outubro, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Nos dois dias, houve uma série de painéis e discussões sobre como a violência se relaciona com a educação. Participaram Professores, estudantes e comunidade em geral.
Nossos colegas que estavam lá:

Professor: Adriano - Escola Guerreiro Lima
Professora: Cibele - Escola Guerreiro Lima
Professora: Evelise - Escola João de Barro
Professor Hugo - Projeto do PELC
Professora Dóris - SMED
Professora Valquiria - SMED

A estrutura do seminário contou com a realização dos painéis “As violências sociais contemporâneas e a escola”; “Educação e direitos humanos, um desafio para a escola”; e “A escola na rede, um desafio frente às violências.” Todos contaram com a presença de especialistas. Além disso, houve a exibição do filme “Entre os muros da escola”, sucedido de um debate, e apresentação de trabalhos e experiências.






"Existem três tipos de violência: um, pelos nossos atos; dois, pelas nossas palavras; e três, pelos nossos pensamentos. A raiz de toda violência está no mundo dos pensamentos, e é por isso que treinar a mente é tão importante." Eknath Easwaran

Quem disse que recreação tem que ser com bola e corda?



"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo;

se é triste ver meninos sem escola,

mais triste ainda

é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar,

com exercícios estéreis,

sem valor para a formação do homem."

( Carlos Drummond de Andrade )



PARABÉNS PROFESSORA LUCIANA PELO TRABALHO DIFERENCIADO QUE FAZ COM NOSSAS CRIANÇAS DA ESCOLA JÚLIO STROHER!

domingo, 4 de outubro de 2009

PCN EDUCAÇÃO FÍSICA

sábado, 3 de outubro de 2009

O negro que peitou Hitler

Jesse Owens não se abateu pelo preconceito racial, levou quatro ouros nas Olimpíadas de Berlim e fez o líder nazista se retirar do Estádio Olímpico em 1936


Por Nanna Pretto

O objetivo dos Jogos Olímpicos de 1936, na Alemanha, era muito mais do que a disputa pelas medalhas de ouro. Naquela época, importava mais a Adolph Hitler demonstrar ao mundo a superioridade da raça ariana, a raça pura, segundo ele. Os alemães só não contavam com o desempenho dos negros americanos. Das 14 medalhas de ouro conquistadas pelos Estados Unidos no atletismo, nove vinham de vitórias negras. Destas, quatro foram mérito de Jesse Owens, atleta nascido no Alabama, que fez Hitler abandonar o Estádio Olímpico, após subir no primeiro lugar do pódio pela terceira vez.

Owens ficou com ouro nos 100 m, 200 m e no revezamento 4 x 100 m. Além disso, teve o primeiro lugar no salto em distância. Pior do que cumprimentar um negro era vê-lo desbancando os alemães. Sim, na conquista do ouro no salto em distância, Owens deixou para trás o alemão Lutz Long, o maior de todos os saltadores em distância da Europa na época. Após a vitória nos 100 m, o terceiro ouro de Owens, o líder nazista deixou o estádio para não cumprimentá-lo.

Apenas nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, o atleta Carl Lewis conseguiu igualar o feito de Owens conquistando para os EUA quatro medalhas de ouro.

Após as conquistas de Owens, as pessoas em Berlim rejeitaram a publicidade nazista e fizeram do negro americano o herói dos Jogos Olímpicos. Em determinados momentos, durante as competições, Hitler, reconhecendo a óbvia superioridade atlética demonstrada por Owens, o chamou de “criado africano dos americanos”, porque ele não aceitava que um não-alemão pudesse possuir tantas qualidades físicas. Ainda mais quando se tratava de alguém da “sub-raça”, como o tirano se referia aos negros. Para Hitler, eles estavam apenas um degrau acima dos judeus. A resposta de Owens às afrontas nazistas veio com vitórias, em especial no salto em distância, quando estabeleceu a marca de 8,06 m, derrotando o alemão Lutz Long e fazendo Hitler abandonar o cenário olímpico.

Ovacionado por mais de 110 mil pessoas em Berlim e parado na rua para dar autógrafos, Owens não sofreu preconceito apenas na Alemanha nazista. Também nos EUA os negros não tinham os mesmo direitos dos brancos.

“Quando eu voltei para minha terra natal, apesar de todas as histórias sobre Hitler, eu não podia entrar no ônibus pela porta da frente e também não podia morar no lugar que eu queria. Eu não fui convidado a apertar as mãos de Hitler, mas também não fui à Casa Branca para apertar as mãos do presidente do meu país”, desabafou na época.

Neto de escravos
James Cleveland “Jesse” Owens, nasceu em 12 de setembro de 1913 na pequena cidade de Decatur, Alabama, mas mudou-se com a família para Cleveland, Ohio, aos 8 anos. Sétimo dos onze filhos de Henry e Emma Owens, JC era neto de escravos e filho de agricultores que pagavam o pedaço de terra com parte da colheita e produção familiar. O dinheiro era curto e o pai dele vivia sempre em busca de um emprego melhor. Ao chegar em Cleveland, JC foi matriculado em uma escola pública. No primeiro dia de aula, quando a professora lhe perguntou o nome, ela entendeu “Jesse”, em vez de JC. O “novo” nome pegou, e a partir daquele dia, o garoto passou a ser chamado de Jesse Owens.
A nova cidade não era bem aquilo que os pais de Owens esperavam e, por conta disso, o garoto fora obrigado a dividir o dia entre a escola e o trabalho. Ele foi entregador de mercadorias e auxiliar de sapateiro. Foi nessa época que Owens descobriu a corrida, esporte que mudaria a vida dele.

“Nós sempre nos divertimos muito. E nunca tivemos nenhum problema. Nós sempre comemos. O fato de a gente não ter um bife? E quem tinha bife?”, desabafou o campeão.

O talento de Owens foi descoberto por um professor de ginástica na escola. Quando o técnico Charlie Riley viu o desempenho do garoto nas pistas, logo o convidou para fazer parte do time de atletismo. Apesar de Owens não poder comparecer aos treinos após a aula, em função do trabalho de meio período, Riley se para ofereceu treinar o garoto pela manhã. Owens aceitou. “Toda manhã, assim como no Alabama, eu acordava com o sol, tomava café, até mesmo antes da minha mãe e irmãos acordarem e ia para a escola, no inverno, primavera e outono, tanto para correr como para saltar. Fazia isso pelo meu corpo e pelo meu técnico.”

“Eu sempre amei correr. É uma coisa que você faz por conta própria e tem total controle da situação. Você pode ir a qualquer direção, rápido ou devagar, brigando com o vento do jeito que você achar melhor.”

Disputa contra o preconceito
Muitas escolas e universidades tentaram recrutar Owens. A escolha foi pela Universidade de Ohio. Ali ele conheceu as mais bárbaras competições e não foi somente nas pistas. O preconceito racial, em 1933, era evidente, uma experiência difícil para um atleta iniciante. A Owens era solicitado que morasse fora do campus da faculdade, com outros afro-americanos. Quando viajava com o time, ele era obrigado a realizar as refeições em estabelecimentos destinados aos negros. O mesmo acontecia com os hotéis. Certa vez, um hotel para brancos aceitou hospedar os atletas negros. Desde que eles entrassem e saíssem pelas portas do fundo e usassem as escadas, em vez do elevador.
Como não tinha direito a bolsa de estudos, Owens usava, como sempre, tempo livre em empregos para se sustentar e a jovem esposa, Minnie Ruth Solomon. Foi ascensorista, garçom e trabalhou em livrarias. Todos os esforços valiam para poder praticar e cravar recordes nas competições.

“As batalhas que contam não são aquelas que trazem medalhas de ouro. O esforço é individual. A invisível, porém inevitável, luta que todos nós travamos é o que vale.”

Três recordes em 45min

Owens passou a semana que antecedeu as competições Big Ten, na cidade norte-americana Ann Arbor, do Estado de Michigan, em março de 1935, com uma forte dor nas costas em função de uma queda –ele rolou escada abaixo dias antes do evento. Técnicos e médicos questionavam se ele teria condições psicológicas de competir. Mas o atleta do Alabama recebeu os tratamentos necessários até o dia da prova e mostrou ao técnico Riley que ele estava bem para correr. A permissão foi apenas para as 100 jardas (91,44 m). Owens igualou o recorde mundial com o tempo de 9s4 e foi liberado por Riley para competir nas demais modalidades.

Assim, um ano antes de participar dos Jogos de Berlim, Owens estabeleceu mais três marcas mundiais, nas 220 jardas (em 20s3), 220 jardas com barreira (22s6) e salto em distância (8,13 m). Tudo em um intervalo de tempo de 45 minutos.

As Olimpíadas de Hitler
Após as conquistas universitárias, Owens percebeu que poderia ter sucesso no nível mais alto de competição. Assim, em 1936, lá estava o negro americano, na Alemanha, para participar dos Jogos Olímpicos de Berlim ou das “Olimpíadas de Hitler”, como ficaram conhecidas.

A organização foi a maior vitória dos alemães. O interesse nas Olimpíadas daquele ano era demonstrar a força do governo nazista. A imprensa, na época, relatou que o acontecimento foi fora do comum, acima do que foi visto em Los Angeles ou em quaisquer outros Jogos Olímpicos anteriores. Acima de tudo, as Olimpíadas de Hitler estavam ali para provar ao mundo que a raça ariana tinha o domínio. Mas Owens tinha outros planos. E ao fim dos Jogos, até fãs alemães clamavam pela vitória do negro americano.

“Por um instante, ao menos, eu fui a pessoa mais famosa do mundo.”
Jesse Owens foi o primeiro americano na história dos Jogos Olímpicos a ganhar quatro medalhas.

Após o grande mérito
“Quando voltei dos Jogos Olímpicos com minhas quatro medalhas, todas as pessoas batiam em minhas costas me cumprimentavam e queriam apertar minhas mãos. Mas ninguém veio me oferecer um emprego.”

Mesmo com o sucesso, a instabilidade financeira permanecia na família Owens. Infelizmente, naquela época, os Estados Unidos não ofereciam nenhuma ajuda de custo ao atleta, por causa de ele ser negro. Na tentativa de ajudar a família, Owens abandonou os estudos a um ano da formatura para correr profissionalmente. Por um período, ele competiu contra qualquer pessoa e até em disputas com cavalos, cachorros e motocicletas. A liga negra de beisebol sempre convidava Owens para competir contra cavalos puro-sangue em exibições especiais antes dos jogos.

Owens também aceitava convites para discursar em eventos públicos. De fato, ele era tão admirado que começou, por conta própria seus próprios eventos públicos ao abrir em empresa de relações públicas.

A Segunda Guerra Mundial (entre 1939 e 1945) interrompeu a carreira olímpica de Owens. Quando os Jogos voltaram a ser disputados em 1948 em Londres, ele, então com 35 anos, já não corria competitivamente mais.

Em 1976, Owens recebeu do presidente Gerald Ford a mais alta condecoração que um civil norte-americano pode ter: a Medalha da Liberdade. O negro que desbancou Hitler morreu no dia 31 de março de 1980, aos 66 anos, em Tucson, com complicações em função de um câncer no pulmão.

Do casamento com Ruth, em 1935, nasceram as três filhas, Gloria, Beverly e Marlene. Atualmente, Ruth e Marlene cuidam da Fundação Jesse Owens que presta assistência financeira e suporte a jovens carentes.

Os feitos da lenda
- Owens foi o primeiro americano na história olímpica a conseguir quatro medalhas de ouro em uma única olimpíada.
- destacou-se com a marca histórica de três recordes mundiais no intervalo de tempo de 45 minutos, no campeonato americano “Big Ten”.
- O recorde no salto em distância, com a marca de 8,13 m estabelecido no Big Ten permaneceu com Owens por 25 anos.
- Em junho de 2006 a NCAA anunciou Jesse Owens como o terceiro atleta de maior influencia para os estudantes esportistas. O jogador de beisebol Jackie Robinson e o tenista Arthur Ashe ocupam as duas primeiras posições.

::Ouros Olímpicos
Berlim, 1936100 m10s3
Berlim, 1936200 m20s7
Berlim, 1936Salto em distância8,06m
Berlim, 19364 x 100m39s8


Fonte: Revista O2 - Edição 46 - Fevereiro de 2007
http://o2porminuto.uol.com.br/scripts/materia/materia_det.asp?idMateria=2855&idCanal=5&stCanal=Lendas%20da%20corrida Acessado em 03/10/2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

História das Olimpíadas


olimpíadas na Grécia Antiga - esportes
Olimpíadas na Grécia Antiga

Introdução

A cada quatro anos, atletas de centenas de países se reúnem num país sede para disputarem um conjunto de modalidades esportivas. A própria bandeira olímpica representa essa união de povos e raças, pois é formada por cinco anéis entrelaçados, representando os cinco continentes e suas cores. A paz, a amizade e o bom relacionamento entre os povos são os princípios dos jogos olímpicos.

Origem dos Jogos Olímpicos

Foram os gregos que criaram os Jogos Olímpicos. Por volta de 2500 AC, os gregos faziam homenagens aos deuses, principalmente Zeus. Atletas das cidades-estados gregas se reunião na cidade de Olímpia para disputarem diversas competições esportivas: atletismo, luta, boxe, corrida de cavalo e pentatlo ( luta, corrida, salto em distância, arremesso de dardo e de disco). Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.
Além da religiosidade, os gregos buscavam através dos jogos olímpicos a paz e a harmonia entre as cidades que compunham a civilização grega. Mostra também a importância que os gregos davam aos esportes e a manutenção de um corpo saudável.
No ano de 392 AC, os Jogos Olímpicos e quaisquer manifestações religiosas do politeísmo grego foram proibidos pelo imperador romano Teodósio I, após converter-se para o cristianismo.

Jogos Olímpicos da Era Moderna

No ano 1896, os Jogos Olímpicos são retomados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy , conhecido com o barão de Coubertin. Nesta primeira Olimpíada da Era Moderna, participam 285 atletas de 13 países, disputando provas de atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Os vencedores das provas foram premiados com medalhas de ouro e um ramo de oliveira.

Jogos Olímpicos e Política

As Olimpíadas, em função de sua visibilidade na mídia, serviram de palco de manifestações políticas, desvirtuando seu principal objetivo de promover a paz e a amizade entre os povos. Nas Olimpíadas de Berlim (1936), o chanceler alemão Adolf Hitler, movido pela idéia de superioridade da raça ariana, não ficou para a premiação do atleta norte-americano negro Jesse Owens, que ganhou quatro medalhas de ouro. Nas Olimpíadas da Alemanha em Munique (1972), um atentado do grupo terrorista palestino Setembro Negro, matou 11 atletas da delegação de Israel. A partir deste fato, todos os Jogos Olímpicos ganharam uma preocupação com a segurança dos atletas e dos envolvidos nos jogos.

Olimpíadas de Berlim - Jesse Owens Jesse Owens: quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de Berlim (1936)

Em plena Guerra Fria, os EUA boicotaram os Jogos Olímpicos de Moscou (1980) em protesto contra a invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas. Em 1984, foi a vez da URSS não participar das Olimpíadas de Los Angeles, alegando falta de segurança para a delegação de atletas soviéticos.

Todos os Jogos Olímpicos da Era Moderna

1896 - I Jogos Olímpicos - Atenas, Grécia
1900 - II Jogos Olímpicos - Paris, França
1904 - III Jogos Olímpicos - Saint Louis, Estados Unidos da América
1906 - Edição comemorativa - Atenas - Grécia
1908 - IV Jogos Olímpicos - Londres, Reino Unido
1912 - V Jogos Olímpicos - Estocolmo, Suécia
1916 - VI Jogos Olímpicos -Não houve em função da Primeira Guerra Mundial
1920 - VII Jogos Olímpicos - Antuérpia, Bélgica
1924 - VIII Jogos Olímpicos - Paris, França
1928 - IX Jogos Olímpicos - Amsterdã, Países Baixos (Holanda)
1932 - X Jogos Olímpicos - Los Angeles, Estados Unidos da América
1936 - XI Jogos Olímpicos - Berlim, Alemanha
1940 - XII Jogos Olímpicos - Não houve em função da Segunda Guerra Mundial
1944 - XIII Jogos Olímpicos - Não houve em função da Segunda Guerra Mundial
1948 - XIV Jogos Olímpicos - Londres, Reino Unido
1952 - XV Jogos Olímpicos - Helsinque, Finlândia
1956 - XVI Jogos Olímpicos - Melbourne, Austrália
1960 - XVII Jogos Olímpicos - Roma, Itália
1964 - XVIII Jogos Olímpicos - Tóquio, Japão
1968 - XIX Jogos Olímpicos - Cidade do México, México
1972 - XX Jogos Olímpicos - Munique, República Federal da Alemanha
1976 - XXI Jogos Olímpicos - Montreal, Canadá
1980 - XXII Jogos Olímpicos - Moscou , União Soviética
1984 - XXIII Jogos Olímpicos - Los Angeles, Estados Unidos da América
1988 - XXIV Jogos Olímpicos - Seul, Coréia do Sul
1992 - XXV Jogos Olímpicos - Barcelona, Espanha
1996 - XXVI Jogos Olímpicos - Atlanta, Estados Unidos da América
2000 - XXVII Jogos Olímpicos - Sydney, Austrália
2004 - XXVIII Jogos Olímpicos - Atenas, Grécia
2008 - XXIX Jogos Olímpicos - Pequim, China (saiba mais em Olimpíadas 2008)
2012 - XXX Jogos Olímpicos - Londres, Reino Unido
2016 - XXXI Jogos Olímpicos - Rio de Janeiro - Brasil

FONTE:http://www.suapesquisa.com/olimpiadas/ Acessado em 03/10/2009